quarta-feira, 23 de abril de 2008

O porquê de Rurouni

Hoje resolvi explicar o significado do meu nickname: Rurouni. O que raio é isso? Poderão muitos pensar. A palavra conhecia-a através de uma série de anime (desenhos animados japoneses) denominada «Rurouni Kenshin» e cujo título, em português, foi traduzido (e mal) para «Samurai X». Outro dia poderei aprofundar mais sobre outros aspectos desta série, por agora focarei o significado de «rurouni».
A palavra é um trocadilho do criador da série com o termo «ronin», que designava um samurai sem senhor para servir e que vagueava pelas terras japonesas. «Rurouni» poder-se-ia traduzir por «andarilho» ou «vagabundo», sendo que esta última palavra não ia no sentido daquele que mendiga, mas sim no sentido daquele que anda sem rumo.
E, de facto, todos nós andamos um pouco à descoberta do nosso rumo na vida. Todos viemos parar a um caminho que desconhecemos, sem saber bem como e temos que caminhar, procurando descobrir o que nos move, para onde queremos ir e como fazer para atingir a meta. É uma caminhada que não é isenta de perigos, pois essa descoberta de nós próprios leva-nos a tomar contacto com as verdades que temos no nosso interior: as boas e as más. Mas é na coragem de enfrentar cada uma delas é que conseguimos evoluir e dar um passo mais no rumo pretendido.
Assim, foi por isso que escolhi este nick, pois faço parte do grupo que anda nessa busca interior, confrontando os medos, inseguranças, desejos e procurando atingir a luz das virtudes, essa luz que permitirá conhecer a verdadeira felicidade.

sábado, 19 de abril de 2008

A Verdadeira Amizade

«A amizade é a união dos espíritos afins, é um sorriso constante, uma mão sempre aberta, um olhar de compreensão, um apoio seguro, uma fidelidade que não falha, é alegria e esperança. É dar mais do que receber, é generosidade e autenticidade. É um tesouro que vale a pena procurar e, uma vez encontrado, manter para toda a vida como antecipação do reencontro das almas gémeas e como sombra favorita do eterno. Que o melhor de ti seja para o teu amigo.»

(Delia Steinberg Guzmán, Para Conocerse Mejor)

É com estas palavras bonitas que a escritora e filósofa Delia Guzmán fala sobre a amizade. Resolvi falar sobre este assunto porque hoje em dia o conceito de «amigo» é muito mal interpretado. Nos dias que correm chama-se amigo ao vizinho, ao colega do trabalho, ao companheiro nas saídas nocturnas... Mas serão realmente amigos? Não será isso antes um «amiguismo»?
Diz Cícero: «Meu amigo é outro eu. Quando procuro um amigo, é para misturar a minha alma com a sua e das duas fazer uma só.» Será que é isto que a maioria das pessoas tem em mente quando pronuncia a palavra «amigo»? Não me parece. Nos dias de hoje a amizade nasce das necessidades que o ser humano possui. Quando é preciso «safar» uma multa telefono a um «amigo» polícia, quando é necessário companhia para os «copos» falo com outro «amigo» e assim se vai utilizando a Amizade consoante os interesses que se tem. A verdadeira Amizade é muito mais profunda, nasce da alma e é, como refere a escritora Carmen Morales num belíssimo artigo na revista Nova Acrópole, «aquela que não conhece o tempo nem a distância, que não se importa com as idades, com o status nem com as conveniências, que só sabe dar porque não espera nada em troca.»
O verdadeiro amigo é aquele que expande o seu Sol interior e procura banhar a outra alma para que ela possa ter um sítio onde se aquecer quando necessitar; é um muro que não permite a passagem das águas nefastas que a vida por vezes tem, salvaguardando o amigo nos seus momentos mais frágeis; é aquele que cultiva, no seu interior, as sementes da harmonia, da alegria, da temperança e do Amor e as rega, cuidadosamente, para que brotem e cresçam de modo a poder oferecer as flores resultantes à pessoa amiga.
Por isso a folha solta de hoje dedico a todas as pessoas que marcaram e marcam a sua presença na minha vida, oferecendo a Luz da sua Amizade e permitindo que eu possa oferecer o melhor de mim a elas. A todos vocês um abraço com todo o carinho.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Primeiras folhas

Tudo o que nasce ou que é criado exige um grande dispêndio de energia. Podemos constatar isso se observamos uma mãe dar à luz ou ao conhecermos a força que uma planta precisa para poder sair da semente e «rasgar» a terra até poder alcançar a luz do Sol.
Do mesmo modo, estas primeiras palavras estão a ter o seu dispêndio de energia. Porém, à medidas que as folhas se forem soltando, que é como quem diz, as palavras se forem soltando, cada vez menos esforço será necessário. Se tivermos que empurrar um automóvel, e este se encontra parado, podemos ver que é necessário uma boa dose de esforço, mas à medida que ele se vai movendo mais fácil se torna empurrá-lo. O movimento é vida, estar parado é estagnar. Assim, procurarei fazer com que este blog seja como um rio, que flui, levando frescura e vida a todos os sítios por onde passa, num movimento perpétuo para que as suas águas não se tornem estagnadas. Será um espaço onde as ideias fluirão, umas vezes velozes como os ventos, outras suaves como o cair das folhas no Outono, mas sempre em movimento.
Que esta seja a primeira folha de muitas.